Quero ficar no teu corpo feito tatuagem, que é prá te dar coragem. Prá seguir viagem. Quando a noite vem...
E também prá me perpetuar, em tua escrava, que você pega, esfrega, nega, mas não lava...
Quero brincar no teu corpo, feito bailarina, que logo se alucina, salta e te ilumina. Quando a noite vem...
E nos músculos exaustos, do teu braço repousar frouxa, murcha farta, morta de cansaço...
Quero pesar feito cruz nas tuas costas, que te retalha em postas. Mas no fundo gostas. Quando a noite vem...
Quero ser a cicatriz risonha e corrosiva, marcada a frio, ferro e fogo, em carne viva...
Corações de mãe, arpões. Sereias e serpentes, que te rabiscam o corpo todo, mas não sentes...
Por Ariane
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